Disclaimer: este blogueiro é co-autor da obra Assassinato de Reputações
A
irmã do ex-presidente Lula, conhecida como Maria Pequena, pediu há duas
semanas que o ex-secretário nacional de Justiça do PT, Romeu Tuma
Junior, autografasse para ela um exemplar do livro “Assassinato de
Reputações: um crime de Estado”. Lançado dia 11 de dezembro do ano
passado, a obra vendeu 130 mil cópias.
Tuma Jr. autografou o
livro –tido e havido como a maior bomba lançada recentemente contra
Lula. Além de uma máquina de fazer dossiês contra inimigos, montada sob
Lula, a obra denuncia que o ex-presidente petista era informante do
ex-senador Romeu Tuma, quando este era diretor do Deops.
Os
detalhes da cena do autógrafo Tuma Jr. promete não revelar, por
enquanto. Mas a cena lhe causou estranheza. Sobretudo porque, neste fim
de semana, a revista Carta Capital divulgou entrevista exclusiva do
ex-presidente Lula –em que ele admite publicamente, pela primeira vez,
que Tumão lhe deixava sair de madrugada, enquanto preso político do
Dops, para visitar a mãe, dona Lindu, doente (ela morreu no começo de
1980, com Lula preso).
No livro, Romeu Tuma Jr. diz que Lula tinha regalias porque era informante do diretor do Dops, Romeu Tuma Junior.
Pela
primeira vez, Lula tocou no tema, em entrevista exclusiva a Mino Carta
e Luiz Gonzaga Belluzzo (este conselheiro pessoal da presidente Dilma):
Um
dia desses eu vejo O Que Sei de Lula, um livro. O autor não conviveu
comigo um único segundo para escrever a orelha do livro. Fico pensando: o
que faço com um cidadão desse? Acabo percebendo que o melhor é a
desmoralização pela mentira. O Romeu Tuma Jr. não merece o comportamento
do pai dele. O pai dele foi um cidadão digno. Quando a minha mãe estava
para morrer, ele, meu carcereiro, me deixava sair da cadeia às 2 da
manhã para visitá-la. Então, quando um cidadão conta uma mentira dessa, o
que fazer? Processar? Acho que falta um pouco de senso de
responsabilidade no comportamento das pessoas. De verdade, falta
reconstruir a estrutura social da família. Quando eu era pequeno, tinha
vontade de comer uma maçã embrulhada em papel azul, e ficava diante da
barraca olhando e olhando, e sabe por que eu não pegava e não saía
correndo? Para não envergonhar a minha mãe. Ela era a minha referência
de comportamento.
Confira o que Romeu Tuma Jr. achou da entrevista:
Como reagiu às declarações de Lula para a Carta Capital?
--Reagi
rindo muito. Mas achei bastante interessante o fato dele escolher falar
do livro com quem falou. Veja, não é uma coincidência, é uma "discussão
de relação" com o autor da ideia e uma forma de fazer um registro sobre
o fato sem poder desmenti-lo.
Acho que não perceberam esse
contexto histórico e importante que demonstra a verdade contida nas
páginas de "Assassinato de Reputações, um Crime de Estado", aliás em
momento algum desmentido. Aliás, na um dos filhos de Lula me homenageou,
como vereador, recentemente...recebi dele uma moção de Congratulações
pela minha contribuição à História do país.
É verdade que a irmã de Lula te pediu autógrafo na capa do livro?
--
A Sra. Mariazinha ou "Maria Pequena" como é conhecida, sempre orou por
mim e por minha família e realmente me solicitou um livro assinado.
Nunca quis dar publicidade a isso porque é uma questão de foro íntimo e
humanitária.
Se visse Lula frente a frente, agora, o que diria a ele olho no olho?
--
Não sei se ele olharia nos meus olhos, mas se olhasse eu diria:
Parabéns! Dessa vez você não disse que era tudo mentira ou que não sabia
de nada!
O que o ser acha que pode ocorrer com a segurança pública durante a Copa?
--
Vivemos num absoluto clima de insegurança. Não só na segurança pública,
mas na segurança jurídica, no mercado, enfim, a sociedade vive um clima
de medo, desesperança e retração.
Em outros tempos, todos estariam em festa e as ruas pintadas.
Hoje
a violência e a insegurança está em todos os lugares e em todos os
setores. Veja o Decreto que a Presidente editou usurpando as funções do
Congresso!
Os Black Blocs que todos sabem ter ligações com
partidos políticos vem a público dizer que estão em negociações com o
PCC para "botar pra quebra" na copa? Onde se vai parar?
Tudo isso
é reflexo do estado policial que o governo federal implantou no país,
onde a revolta da população e a justa luta por direitos e garantias
coletivas e individuais, acaba se misturando as badernas adredemente
planejadas para desmoralizar as legítimas reivindicações aos olhos da
sociedade.
Como fica o STF sem Joaquim Barbosa?
--
Fica sem um Ministro importante. Mas todos ali são importantes no
conjunto da obra, na atuação colegiada, desde que consigam impedir que o
governo aparelhe ou instrumentalize a mais alta Corte como um todo, o
que seria a missa de sétimo dia da nossa Democracia.
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