Durante a D11, conferência do site All Things Digital sobre inovação e tecnologia sediada na Califórnia, a Mo..torola revelou interesses tecnológicos, no mínimo, incomuns. Regina Dugan, vice-presidente de Tecnologia Avançada da empresa, revelou que a fabricante de telefones celulares considera adotar o uso de pílulas e tatuagens eletrônicas como ferramentas de autenticação de seus aparelhos. Em vez de digitar senhas, bastaria ao usuário apresentar um chip colado ao braço ou até mesmo engolir o acessório de identificação, que iniciaria um processo de comunicação entre aparelho e usuário.
As hipóteses levantadas por Regina podem causar
estranhamento, mas não são ideias de ficção. Tanto a pílula inteligente quanto
o chip que funciona sobre a pele são dispositivos usados há algum tempo pela
indústria médica como ferramentas de diagnóstico. A responsável pelas inovações
da empresa de comunicação apresentou exemplos dessa tecnologia em frente ao
público e afirmou que a companhia já testou a ideia como forma de acesso seguro
a smartphones e outros equipamentos.
Ela afirmou que a novidade ainda não é certa na
área da telefonia móvel e que nada disso deve chegar ao mercado tão cedo, mas o
tom da apresentação mostrou que a adoção de ferramentas digitais integradas ao
corpo já não assusta os fabricantes. “Essencialmente, todo o corpo se torna um
token de autenticação. Isso significa que meus braços são como fios, e minhas
pernas são como chips elétricos. Quando encosto em meu telefone, meu
computador, em minha porta ou meu carro, estou autenticada”, animou-se Regina
Dugan.
A especialista classificou a pílula como seu
“primeiro superpoder”. A tecnologia funciona assim: dentro da cápsula fica um
chip que transmite sinais similares aos de um eletrocardiograma por meio do
corpo. Adaptado à telefonia móvel, por exemplo, o celular poderia captar os
sinais específicos do comprimido ingerido pelo usuário e só funcionar próximo a
eles. Atualmente, o equipamento é usado para manter controle da medicação de
idosos e fornecer dados sobre a saúde do um paciente direto para o smartphone
do médico.
Regina Dugan esticou o braço e mostrou um adesivo
em forma de chip colado à pele. O acessório também é usado nos EUA para
monitoramento médico e até para servir de termômetro para bebês. Os fios
ultrafinos da tatuagem eletrônica podem se esticar até 200% e são tão flexíveis
quanto a pele. Na peça de silício de apenas 2cm estão uma antena, sensores e
uma bateria. Uma possibilidade de uso seria adotar a tecnologia para
autenticação. “Talvez seja verdade que meninos de 10 a 12 anos não queiram usar
um relógio no pulso, mas você pode ter certeza de que eles estariam
interessados em usar uma tatuagem eletrônica só para irritar os pais”, brincou
a especialista da Motorola, fazendo referência a uma declaração feita
anteriormente por Tim Cook, da Apple, sobre o Google Glass.
Nenhum comentário:
Postar um comentário